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ISABELLE TORRES

Pense em uma moça acelerada, que faz dez coisas ao mesmo tempo. Ok. Agora multiplique por vinte e você terá a Isabelle Torres. Mini tornado, que chega atendendo o celular, resolvendo as coisas da empresa da família, resolvendo as coisas da Bikina (marca de biquínis que ela é proprietária), resolvendo as pendências da vida e ainda aproveita o hiato para fazer uma sessão de fotos. Pois é, a TU conseguiu se enfiar na agenda dessa pequena grande moça, em uma manhã de quinta-feira, para fazermos a sessão. 

 

Belle nasceu em Santos, porém, a vida toda morou em São Vicente. Nascida em 1996, apesar de ser nova, tem uma vida cheia, dessas que cansam só de ouvir. “Acordo, trampo e, esporadicamente, tenho compromissos entre cursos e extras durante a tarde. Acabando o trabalho, vou para meus treinos (dentre eles pole, musculação e ioga) ou compromissos extra curriculares (reuniões, jobs e esteticista). Depois, volto e trabalho novamente (dividido entre Bikina e consultorias de marketing). Antes de dormir, eu organizo minha vida do dia seguinte, preparo meu rango, dou uma atenção pra família e namorado, respondo os amigos e repeat”, conta cansada.

 

Praticante de pole dance, Belle utiliza o esporte como uma terapia. “O pole entrou na minha vida num momento crucial, e eu digo que foi uma das minhas ‘curas’”, conta. “Eu estava em uma pré depressão (sem saber), trabalhando em São Paulo e estudando em Santos. Não tinha tempo para nada, só dormia e cumpria com as minhas responsabilidades”, comenta, e completa: “Em um belo dia, dentro do busão, refletindo sobre meu momento de vazio existencial, decidi procurar por aulas de pole em São Paulo ou em Santos, pois sempre tive vontade, mas como estava acostumada com meu ballet e danças convencionais, nunca nem pensei na possibilidade. Entrei em contato, vi valores, já programei como seria, mas adivinha? Não tirei do papel!”. A vida tem dessas, às vezes as boas coisas só acontecem quando realmente têm que acontecer. Tempos depois, desempregada, Belle pegou o dinheiro que tinha de reserva e começou a fazer pole. E foi revigorante: “Não foi só o pole, eu passei a me alimentar melhor, dormir melhor, socializar... enfim, minha mente estava em paz”, comemora.

 

Começamos a sessão cedo, antes das 7h da manhã, pelo Centro de Santos. Entre um movimento em postes, buzinaços de caminhoneiros que passavam e asanas (posturas do ioga) pelas ruas, olhares curiosos tentavam compreender o que estava acontecendo. Belle é animada e atrapalhada, ultrapassa as atitudes com o pensamento sempre à frente. “Preciso buscar minha chave do carro no outro carro!”, volta para o nosso carro com a chave, pensa em começar a dirigir e sai do carro correndo novamente para abordar o outro carro da equipe, onde estava o Thiago Souto. Seus óculos estavam lá e ela precisa dos óculos para dirigir. E depois, fez uma pose linda na Ponta da Praia, toda animada. “Belle, tire os óculos agora, para fazermos a foto”, e ela ri da própria confusão. 

 

Pole hoje em dia é obrigação na vida da jovem santista e conta: “Quando fico sem fazer aulas, meu corpo sente imediatamente. Cansaço mental, menos vontade de cumprir com meus deveres, preguiça. O que é recorrente dos hormônios do prazer, que o cérebro solta quando praticamos qualquer esporte, agora imagine um esporte que, além de trabalhar a musculatura, é um imenso prazer fazer”. E embora seja essa moça acelerada, Belle não curte planejar o futuro. “Nunca planejei nada, acho que é meio frustrante quando nos idealizamos num futuro desconhecido. Minha preocupação é sempre ser melhor que ontem, em todos os âmbitos, e cada fase me permite focar mais em algo. Agora estou na época profissional, trabalhando duro para daqui, quem sabe, menos que dez anos, esteja estabilizada financeiramente, podendo ajudar meus pais”, conta.

 

Quem conhece a Belle, instantaneamente perceberá que é uma pessoa de muita luz e bondade, a alegria extrapola o corpo, sai pelos olhos. Ela tem uma sede de viver, uma gana em crescer e fazer o bem. Quem conhece a Belle tem sorte, é amor puro.

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